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terça-feira, 10 de outubro de 2017

123 pessoas foram mortas por policiais em 2017 no Ceará



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Desde 2013, primeiro ano em que a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) divulgou dados referentes aos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), o número de mortes em intervenções policiais só aumenta. De janeiro a setembro deste ano, 123 pessoas foram mortas por policiais. O número se consolida como um recorde desde que os registros são disponibilizados pela Pasta. A informação é do Diário do Nordeste.

O montante de vidas perdidas já supera todo o ano de 2016. No ano passado, a SSPDS registrou 109 mortes com envolvimento de policiais. Se comparado ao ano de 2013, quando houve 41 CVLIs, o número deste ano já está três vezes maior.

Em 2017, julho foi o mês com o maior número de vítimas, com 23 casos. Em seguida, está o mês de abril, com 22. Fevereiro e março foram os períodos com menores registros. Uma das sete intervenções que terminaram em mote, no mês de março deste ano, vitimou a universitária Shyslane Nunes de Sousa, de 24 anos.

A estudante foi atingida por três tiros quando voltava da faculdade e estava a 50 metros da residência dela, no Conjunto Industrial, em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza. Francisco Roberto de Sousa, pai da vítima, acredita que a filha foi confundida com uma dupla de assaltantes que agia na região.

Conforme testemunhas, uma viatura das Rondas Ostensivas com Cães (Roca) flagrou o assalto e interveio com disparos. Shyslane não era uma das suspeitas, e sim uma vítima dos assaltantes. No dia 24 de agosto deste ano, cinco meses após o caso, a Perícia Forense do Ceará (Pefoce) concluiu que a bala que acertou a universitária saiu da arma de um policial militar.

Explicações

Em uma entrevista exclusiva concedida ao Diário do Nordeste, o titular da SSPDS, André Costa, afirmou que o aumento no número de mortes em intervenções policiais se deve, diretamente, às ações ousadas cometidas por criminosos. Segundo o secretário, o número de abordagens aumentou e, em consequência, há um maior risco de confronto.

"O que a gente percebe é que o policial está mais motivado para trabalhar e esse trabalho pró-ativo tem resultado em números positivos. Infelizmente, os bandidos no Ceará, principalmente os faccionados, têm sido mais ousados e violentos. Isso requer que os policiais atuem em legítima defesa, de forma proporcional e legítima", declarou Costa.

Em entrevista concedida no último mês, o governador do Estado do Ceará, Camilo Santana, afirmou que o aumento de mortes em intervenções policiais também estava ligado ao enfrentamento entre as facções criminosas que agem aqui. O governador reitera o pensamento de André Costa quando lembra que as organizações vêm acirrando a relação entre Polícia e criminosos.

O secretário da Segurança Pública disse esperar que os criminosos tenham juízo. "Espero que o bandido na rua tenha juízo e obedeça ao comando do policial. Se o policial dá ordem para se entregar, que ele obedeça. Não se pode correr risco. O policial deve responder à altura. Essa truculência dos bandidos é que resulta no aumento de mortes por intervenção", reiterou André Costa.

Vítimas

123 Pessoas

foram mortas em decorrência de intervenções policiais, de janeiro a setembro de 2017, no Ceará. O número é o maior desde 2013

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