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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Empresários e bancário de Juazeiro do Norte (CE) denunciados pelo MPF


Image-0-Artigo-2155646-1Quatro empresários e um bancário foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) por crime contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. Os suspeitos foram investigados na Operação Fratello deflagrada em setembro deste ano. Conforme as apurações, eles são responsáveis por irregularidades em um empréstimo contratado junto à agência do Banco do Nordeste (BNB) de Juazeiro do Norte, para a construção de shopping, na mesma cidade da Região do Cariri.

Dentre os empresários denunciados estão José Mauro Gonçalves de Macedo e David Ney Gonçalves de Macedo, filhos do prefeito afastado de Juazeiro, Raimundo Antônio de Macedo, conhecido como 'Raimundão'. Os irmãos são administradores da JDMM Construções e Incorporações Ltda e do Shopping Center Juazeiro Ltda. Segundo o MPF, eles teriam utilizado recursos obtidos junto ao BNB, através de linha de financiamento com verba do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), para a construção de obras não previstas no projeto apresentado ao banco.

As investigações identificaram um hotel e uma torre comercial anexos ao shopping, que não estavam no projeto. "Para obtenção do empréstimo, os empresários apresentaram ao BNB um projeto que contemplava exclusivamente a construção do prédio do shopping, no valor de R$ 32,7 milhões. Do total, R$ 29,5 milhões foram financiados pelo FNE. Durante a execução das obras, os recursos federais foram desviados para o hotel e a torre comercial", informou a Instituição federal.

O MPF explicou, ainda, que as irregularidades supostamente cometidas foram viabilizadas por meio de fiscalizações fraudulentas do BNB e pela expedição de notas fiscais 'frias', por parte das empresas contratadas para a construção do shopping. O funcionário do BNB Danilo Régis da Silva Pontes, que atestou como regular o uso dos recursos; e os empresários Paulo André Santana de Melo e Ramon Machado da Silva, responsáveis pelas empresas que emitiram notas frias também foram denunciados como participantes do esquema.

O procurador da República Celso Leal, autor da denúncia, afirma que "recursos de um financiamento têm destinação específica, não podendo ser aplicados em finalidade diversa, sob pena de cometimento de crime". De acordo com Leal, os acusados tentaram novo financiamento com recursos federais apresentando projeto com informações falsas sobre a obra.

Operação

Os empresários e o bancário foram alvos da Operação Fratello, deflagrada em 14 de setembro, por vários órgãos federais. Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão na empresa proponente do projeto, na casa de um técnico do Banco do Nordeste e outros três nas residências de empresários. Foram apreendidas mídias, documentos e R$ 20 mil em espécie.

Na época da investida, a Polícia Federal explicou que o nome da operação é uma alusão ao significado da palavra 'fratello' em italiano, que significa irmão, confrade, afilhado, amigo, em face do vínculo de parentesco e laços de amizade que une os sócios e representantes das principais empresas investigadas.

No dia 1º de novembro, Raimundo Macedo foi afastado pela segunda vez da Prefeitura de Juazeiro. O peemedebista é investigado por associação criminosa, concussão e lavagem ou ocultação de bens e valor. José Mauro Gonçalves de Macedo também figura como investigado neste caso.

DN Online

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