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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

CE registra 20 mortes por meningite neste ano


A baixa umidade do ar proveniente das altas temperaturas, condições climáticas comuns do segundo semestre do ano, acabam por favorecer a disseminação das doenças respiratórias. Como exemplo das enfermidades está a meningite, que pode ser provocada por vírus, bactérias, ou ainda mesmo transmitida via fungos. Tida como a mais comum e a menos perigosa está a meningite viral.

De acordo com o documento de notificação compulsória divulgado ontem (4) pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), neste ano, foram registrados no Estado 13 casos de doença meningocócica, seis em Fortaleza. Ao todo, cinco chegaram a óbito. Já das variações da doença, a Pasta divulgou a confirmação de 161 casos e 15 mortes. A soma mostra que, em 2016, morreram 20 pessoas, uma a mais se comparado ao boletim divulgado na semana passada.

O infectologista Robério Leite ressalta que o fato de a sazonalidade não ser marcante no Estado, os casos de meningite se distribuem ao longo do ano.

"Costumamos ter em todas as épocas casos de meningite. As condições climáticas interferem sim, principalmente nos bebês e crianças que ainda estão formando a sua imunidade. Há uma tendência a um aumento de casos de meningococo na adolescência. Esse público se reúne com mais frequência em ambientes fechados, o que favorece a propagação", avaliou

Diagnóstico

No Estado, o Hospital São José (HSJ), situado na Capital, é a unidade de referência para o tratamento das doenças infecciosas, como a meningite. Até ontem (4), conforme a Sesa, havia cinco pacientes acometidos por esta enfermidade internados no HSJ. Leite, que trabalha na área de infectologia do hospital, ressalta que nos últimos meses não houve internação na ala pediátrica de vítimas da meningite.

Em geral, o prognóstico de tratamento para a meningite viral é bom. Já nos casos da doença bacteriana, a atenção deve ser redobrada, pois se faz necessário o tratamento com antibióticos intravenosos para a ação dos medicamentos chegar ao sistema nervoso central e impedir uma paralisia.

No último dia 30, foi encerrada no Estado a Campanha Nacional de Multivacinação 2016. Com o propósito de regularizar a caderneta, a ação imunizou, aproximadamente, 50% da população. Conforme os dados da Sesa, não havia meta a ser cumprida. Para a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS), o momento foi útil para sensibilizar a população sobre a importância do esquema vacinal. Dentre as vacinas disponibilizadas está a imunização para a meningocócica C, que continua a ser ofertada.

De acordo com Robério Leite, a vacina pode ser feita a partir dos primeiros meses de vida. Apesar do risco de se contrair a doença cair com o aumento da idade, a orientação é que quem nunca se imunizou contra o meningococo C o faça.

A Sesa ressalta que na prevenção à meningite ficam disponíveis no calendário básico de vacinação da criança, as doses BCG (prevenção de meningite tuberculosa), Hib (componente pentavalente contra a meningite), Pneumocócica 10-valente (contra meningite pneumocócica), Meningocócica C conjugada (contra meningite).

Fonte: Diário do Nordeste

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