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domingo, 13 de julho de 2014

Alemanha marca na prorrogação, vence Argentina e conquista a 4ª Copa do Mundo

Robson Roque
Götze marcou o gol do título alemão no segundo tempo da prorrogação (Foto: Dylan Martinez/Reuters)
Com golaço de Mario Gotze na prorrogação e Messi extremamente apagado, a Alemanha venceu a Argentina por 1 a 0 na tarde-noite deste domingo e conquistou sua quarta Copa do Mundo. Assim, a Alemanha chega ao tetracampeonato, se igualando à Itália e ficando a uma conquista da Seleção Brasileira, única pentacampeã e maior vencedora.

Mesmo jogando no contra-ataque a Argentina foi quem primeiro levou perigo. Aos 20 minutos Toni Kroos tocou errado para trás deixando a bola nos pés de Higuain. De frente para o goleiro Neuer, ele mandou para fora. Nove minutos depois o atacante apareceu novamente completando para a rede cruzamento de Lavezzi, mas o árbitro flagrou impedimento do argentino.

A Alemanha respondeu somente aos 36 minutos em finalização de Schürrle que terminou com grande defesa de Romero. Aos 39, Messi recebe por trás da defesa e bate travado por Hummels. A bola passa pelo goleiro, mas não por Boateng que salva os alemães de sofrer o primeiro gol. Ainda deu tempo de Höwedes acertar a trave em cabeçada após escanteio.

Alejandro Sabella, técnico argentino, optou por voltar para o segundo tempo com Agüero no lugar de Lavezzi, enquanto os alemães retornaram com a mesma formação. Logo com um minuto Messi bate cruzado com muito perigo. À marca de 25 minutos Schürrle se enrola com a bola e perde boa chance para a Seleção germânica.

Com 36 minutos Lahm toca para trás na entrada da área encontrando Kroos que finaliza buscando o contrapé de Romero, mas a bola segue pela linha de fundo. O empate sem gols persistiu e a decisão seguiu para a prorrogação. Com menos de um minuto Schürrle bate forte para defesa de Romero.

Passados cinco minutos Palacio teve a melhor chance do jogo, encobriu Neuer, porém não acertou o alvo. Aos sete minutos do segundo tempo da prorrogação, Götze recebeu cruzamento da esquerda, dominou com classe e sem deixar a bola cair finalizou de esquerdo para dar o título à Alemanha.

FICHA TÉCNICAARGENTINA 0X1 ALEMANHACOMPETIÇÃO – Copa do Mundo (Final)
DATA/HORÁRIO – Domingo, 13 de julho de 2014, às 16h00
LOCAL – Estádio Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
ÁRBITRO – Nicola Rizzoli (Itália)
ASSISTENTES - Renato Faverani e Andrea Stefani (também italianos)
PÚBLICO - 74.738 torcedores
RENDA – Não divulgada
GOLS – Götze (ALE) 7min/2ºT da Prorrogação

ARGENTINARomero; Zabaleta, Demichelis, Garay e Rojo; Mascherano, Biglia, Enzo Pérez (Gago 40min/2ºT) e Messi; Lavezzi (Agüero, intervalo) e Higuaín (Palacio 31min/2ºT). Técnico: Alejandro Sabella.

ALEMANHANeuer; Lahm, Jérôme Boateng, Hummels e Höwedes; Schweinsteiger, Schürrle (Kramer 31min/2ºT), Toni Kroos e Özil; Thomas Müller e Klose (Götze 42min/2ºT). Técnico: Joachim Löw.

Alemanha e Argentina desempatam história de vitórias em finais no Maracaña

Alemanha faz gol na prorrogação e vence Argentina na final

Maracanã assiste a vitória alemã na Copa do Brasil

Sergio Moraes / Reuters


Götze se tornou o herói do país que conquistou o Brasil

A Alemanha é tetracampeã. De vilã da semifinal para heroína dos brasileiros na decisão. O time de Joachim Löw bateu a Argentina no Maracanã por 1 a 0, na prorrogação, e levantou seu quarto título na história: e o tetra deixa muitos no Brasil felizes. Menos do que os milhões de alemães, é claro, mas o coração do torcedor brasileiro sempre lembrará da segunda Copa que o país sediou também pela alegria da seleção alemã – que chegou dançando com índios, passou o tempo com as brincadeiras de Podolski sobre o Brasil, e deixa o país com a taça do mundo. Os encontros alemães com o povo brasileiro, tirando um pequeno detalhe formado por sete gols em uma semifinal de Copa, provam que a mistura entre se isolar - o time se concentrou em uma pequena cidade da Bahia - e aproveitar o tempo longe de casa dá certo. E muito.

Götze se tornou o herói do país que conquistou o Brasil. A torcida e a Copa. O sonho completo. A campeã do mundo mostrou uma variação de jogo inacreditável para apenas sete jogos de Copa. Começou com a velocidade contra Portugal e uma goleada marcante. Mostrou que podia ser parada por Gana. Soube jogar no abafa contra os EUA. Contou com a sorte e com a grandiosidade de Neuer contra a Argélia. Foi metódica contra a França. Humilhou o Brasil. E foi sádica contra a Argentina. Quando foi apertada, achou um gol em uma retranca na prorrogação. Dramática. Mas com merecimento. É tetra.

Fases do jogo: Na semifinal, Bernard foi escalado no Brasil para jogar na ponta direita para jogar na velocidade contra a lentidão de Höwedes, que atua pela esquerda do setor defensivo alemão. A Argentina apostou nisso no começo da final no Maracanã. Com mais qualidade do que o Brasil, que acabaria goleado por 7 a 1. Zabaleta e os atacantes argentinos começaram o jogo aproveitando esses espaços, e esse era o escape argentino contra a pressão alemã. Apesar da maior posse do time europeu no início, foi exatamente por aquele espaço "vazio" que Lavezzi surgiu livre para cruzar para Higuaín, que marcou aos 29 minutos - o lance foi anulado corretamente por impedimento.

Na defesa, a Argentina formava uma linha de cinco defensores, com Mascherano recuado, para tentar evitar que o toque de bola alemão resultasse em passe profundo para alguém livre na área. Na única oportunidade que a formação abriu espaço, Romero fez bela defesa em chute de primeira de Schürrle. Além dessas chances, outras duas boas na primeira etapa: para a Alemanha, Höwedes acertou a trave após escanteio; do outro lado, Higuaín recebeu livre, após cabeçada para trás de Kroos, mas bateu torto cara a cara com Neuer - no 2°tempo da prorrogação, Palacio perdeu a outra grande chance argentina: livre na área, a matada no peito desenhou o gol do título. Porém, em vez de bater, o atacante produziu um misto de tentativa de chapéu com chute. A bola foi fraca para fora.

Na segunda etapa, Messi. Após duas boas arrancadas no primeiro tempo, na volta do intervalo o craque argentino logo de cara perdeu ótima chance, nas costas de Boateng, batendo cruzado rente à trave de Neuer. Ele sabia que teria que chamar a responsabilidade no ataque para dar o tão sonhado título mundial a seu país. Mas não conseguiu. Pela terceira final seguida, 90 minutos não bastaram para definir o novo campeão mundial. Lá, a Alemanha tentou repetir a tática imposta contra a Argélia: gol logo de cara, e de novo com Schürrle. Mas, dessa vez, Romero evitou. A solução, então, foi repetir o que a Argentina tentou antes: lançamento para a área para um atacante livre. Götze, que nem Palacio, matou no peito. Götze, diferentemente de Palacio, bateu forte, baixo. A bola passou por Romero. Lembrou o gol de Iniesta, no 2° tempo da prorrogação da final de 2010. Assim cono há quatro anos, um chute cruzado decidiu a Copa do Mundo no final do tempo extra. Götze entra para a história saindo do banco.

O melhor: Götze - O alemão fez fraca Copa. Chegou a ser titular na primeira fase, mas perdeu a vaga. Joachim Low testou Klose, testou Schürrle. Mas Götze sempre recebia uma chance, nem que fosse de alguns minutos, E foi na última dessas pequenas chances que o meia explicou por qual motivo continuou recebendo-as. Matou no peito, fuzilou Romero. Em um jogo sem grandes destaques individuais, o protagonista do lance decisivo é quem será lembrado. Götze é o nome.

O pior: Biglia - Messi, Lavezzi (no 1° tempo) e até Higuaín tinham que voltar ao meio de campo para fazer com que a bola chegasse ao ataque, já que o meio de campo da equipe foi nulo. Biglia foi um dos culpados. Com fraca marcação, também não soube como ajudar na parte ofensiva. Mascherano, que por diversas vezes na Copa cobriu esse buraco ofensivo argentino, ficou mais preso na marcação devido a escalação de três meias e dois atacantes na Alemanha, evidenciando ainda mais a falta de qualidade na partida de Biglia.

Chave do jogo: A Argentina não precisou marcar no campo de ataque para dar trabalho à Alemanha - lição já mostrada na Copa por Gana e Argélia, seleções que empataram com os alemães em 90 minutos (Argélia caiu na prorrogação). Recuar o time e apostar em contra-ataques rápidos foi a melhor tática para diminuir a qualidade do toque de bola do time europeu - no 1° tempo, a Alemanha produziu 22 ataques, contra só seis argentinos; mesmo assim, as chances perigosas foram duas para cada lado, mostrando a igualdade no jogo causada pela marcação da seleção sul-americana.

A individualidade, então, foi quem resolveu. Schürrle saiu de dois marcadores argentinos aos sete minutos da etapa final do tempo extra. Götze entrou pelo meio da área aproveitando esse espaço. Schürrle enxergou. Bola perfeita, gol do título mundial. Do tetracampeonato mundial alemão.

Toque dos técnicos: Alejandro Sabella escalou seu time da maneira que ele sabe jogar: fechando espaços para roubar a bola e apostar na velocidade do trio de ataque formado por Messi, Lavezzi e Higuaín. Isso foi ajudado por duas lesões: a de Khedira, no aquecimento, que forçou a escalação de Kramer; e a do próprio Kramer, que saiu ainda na primeira etapa após pancada na cabeça e foi trocado por Schürrle, mais ofensivo. Isso fez com que Joachim Löw tivesse que atuar com Kroos mais recuado - ou seja, menos um marcador para Messi e cia.

A solução encontrada por Löw para combater o técnico rival foi típica: seus reservas entraram para mudar o jogo. Schürrle e Götze, meias, ostraram que é possível jogar sem centroavante. Götze apareceu no meio e matou a final da Copa.

Para lembrar:

A Alemanha é o terceiro time a conquistar quatro títulos mundiais. Curiosamente, a 4ªtaça chega 24 anos depois da terceira (1990 – 2014), assim como ocorreu com Brasil (1970 – 1994) e Itália (1982 – 2006).

Kramer foi titular pela Alemanha na final do Mundial após atuar por apenas 12 minutos em toda a Copa. Ele entrou aos 4 min. do 2°t da prorrogação no duelo das oitavas contra a Argélia, e nos acréscimos do 2° tempo do jogo das quartas contra a França. Na decisão, acabou jogando pouco também: se contundiu após dividida pelo alto e, aos 31 minutos de jogo, foi substituído por Schürrle.

Além dessa concussão de Kramer, outra ocorreu na partida: Higuaín foi atingido na cabeça pelo joelho de Neuer, após lançamento longo - o árbitro italiano Rizzoli marcou falta de ataque. Mas a situação fez com que diversos comentários surgissem sobre a falta de atitude da Fifa após lances de pancada envolvendo a cabeça dos jogadores - há quem cobre tratamento melhor em campo e até substituição imediata, para evitar lesões mais graves em área tão perigosa do corpo.

A final teve duelo de torcidas, mas sem os alemães inclusos. Brasileiros e argentinos revezavam nos gritos mais altos. Do lado amarelo, o cântico "mil gols, só Pelé" era o mais ouvido; no argentino, o nervosismo deixava os rivais sul-americanos na vantagem, já que apenas em lances de perigo a torcida celeste e branca aumentava a voz.

Schweinsteiger recebeu um "soco" de Agüero no segundo tempo da prorrogação e teve que deixar o campo com sangramento no rosto - em poucos minutos, foram três pancadas recebidas pelo alemão, incluindo um carrinho "duplo" de Mascherano e Biglia. O lance ocorreu em dividida pelo alto. Agüero não recebeu cartão - nem falta foi marcada.

ALEMANHA 1 X 0 ARGENTINA

Data: 13 de julho de 2014
Horário: 16h00 (de Brasília)
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Nicola Rizzoli (ITA)
Assistentes: Renato Faverani (ITA) e Andrea Stefani (ITA)
Cartões amarelos: Schweinsteiger, aos 28 min., Höwedes, aos 32 min. do 1°t (ALE); Mascherano, aos 18 min., Agüero, aos 20 min. do 2°t (ARG)
Gols: Götze, aos 7 min. do 2°t da prorrogação

Alemanha: Neuer; Lahm, Boateng, Hümmels e Höwedes; Kramer (Schürrle, aos 31 min. do 1°t), Schweinsteiger, Özil (Mertesacker ,aos 15 min. do 2°t da pror.) e Kroos; Klose (Götze, aos 42 min. do 2°t) e Müller
Técnico: Joachim Löw

Argentina: Romero; Zabaleta, Demichelis, Garay e Rojo; Mascherano, Biglia e Perez (gago, aos 40 min. do 2°t); Messi, Higuaín (Palacio, aos 31 min. do 2°t) e Lavezzi (Agüero, no intervalo)
Técnico: Alejandro Sabella



Cerca de 300 manifestantes vão ao Maracanã, mas são barrados









Polícia está em grande número para conter protesto. (Foto: Mauro Pimentel / Terra)
Cerca de 300 manifestantes deixaram a praça Saens Pena com destino ao estádio do Maracanã por volta das 14h40 (de Brasília) deste domingo. O grupo gritava palavras de ordem contra os 26 mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça neste sábado contra ativistas e pedia liberdade de manifestação. Eles foram acompanhados por um grande contigente da Polícia Militar. A duas quadras da praça, na rua Conde de Bomfim, foram impedidos de continuar e voltaram a Saens Pena.

Mais tarde, a polícia cercou a praça. A cada nova tentativa de saída dos manifestantes, houve mais bombas. A cavalaria da PM também foi acionada, e os policiais chegaram a desembainhar as espadas para dispersar os manifestantes. Quatro pessoas foram detidas e levadas para a 21ª DP.

Ao menos seis pessoas ficaram feridas durante o protesto. Segundo socorristas voluntários, foi atendido um policial com dedo quebrado, um rapaz que teve um dente quebrado, um manifestante com uma lesão na costela e outro com suspeita de braço quebrado. Um fotógrafo foi ferido com estilhaços de bomba de efeito moral na barriga e nas costas.

Além deles, o fotógrafo peruano, Boris Mercado, 25,  que veio ao Brasil especialmente para cobrir a Copa, foi jogado no chão por PMs ao tentar fotografar a polícia agredindo os manifestantes. Ele chegou a ser detido e foi liberado após dizer que era repórter.

"É triste ver a polícia reprimir comunicadores, que são observadores, nada mais. Usam a violência como primeira ferramenta", afirmou.

Fonte: Terra

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