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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Juazeiro do Norte-CE: Assista a matéria do ‘Profissão Repórter’ que não foi ao ar, frustrando a população


André Costa///miseria.com.br
Reportagem gravada em Juazeiro do Norte (Foto: Reprodução)
A expectativa era grande. Uma considerável gama da população do Cariri esperou ansiosamente o programa “Profissão Repórter” desta terça-feira que exibiria a relação entre a Política e Corrupção, praticada em todo o país, sobretudo no Ceará, o estado que mais prende pessoas por corrupção.Há algumas semanas, o jornalista da Rede Globo Caco Barcellos e seus repórteres vieram ao Ceará retratar a realidade degradante da política praticada em vários municípios, entre eles, Juazeiro do Norte.

A cidade teria um destaque especial, com o “Escândalo das Vassouras” e a ocupação da Câmara de Vereadores, que duraram seis dias; ambos com repercussão nos noticiários nacionais.

Ao fim do programa, o sentimento foi de frustração. As reportagens gravadas na Capital da Fé – rótulo que vem perdendo notoriedade com o advento dos inúmeros escândalos políticos – não foram ao Ar. A produção do programa disponibilizou o material, apenas, na internet.

Confira na íntegra a matéria produzida em Juazeiro do Norte.

PF reduziu operações contra corrupção nos últimos anos








Relatório da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) informa que a PF reduziu drasticamente as operações de combate à corrupção nos últimos anos. O documento aponta queda significativa em investigações dos crimes de peculato, concussão, emprego irregular de verba pública, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, entre outros crimes que, em linhas gerais, indicam malversação de recursos públicos. O total de indiciamentos nesses crimes caiu de 10.164, em 2007, para 1.472, em 2013 — uma redução de 86%.

— A PF não está fazendo o mínimo de operações e prisões que fazia há sete anos. A PF está passando por uma crise que pode levar até à sua extinção — criticou Jones Leal, presidente da Fenapef.

O relatório da entidade mostra queda acentuada das operações de combate à corrupção a partir de 2007, quando o delegado Luiz Fernando Corrêa assumiu a direção da PF em substituição a Paulo Lacerda. A baixa produção se prolongou na administração do atual diretor, Leandro Daiello, que está no cargo desde o início do governo Dilma.

Pelos dados da Fenapef, em 2010 a PF indiciou 3.874 pessoas por formação de quadrilha,771 por peculato, 9 por emprego irregular de verba pública, 99 por concussão (cobrança de propina), 367 por corrupção passiva, 1.201 por crime contra o sistema financeiro e 456 por lavagem. Naquele ano, a PF também indiciou 704 prefeitos por crime de responsabilidade.

O desempenho, que já não era dos melhores, piorou se comparado com as estatísticas deste ano. De janeiro até o fim de novembro, data do levantamento, a PF indiciou 759 pessoas por formação de quadrilha, 185 por peculato, uma por emprego irregular de verbas públicas, 14 por concussão, 78 por corrupção passiva e 123 por lavagem. Nestes 11 meses, 102 prefeitos foram indiciados por crime de responsabilidade.

A Fenapef fez o levantamento com base em dados do Sistema Nacional de Informações Criminais, abastecido com registros da própria polícia. São informações oficiais que servem de base a decisões judiciais e à emissão de certidão de antecedentes criminais. O GLOBO encaminhou os números à direção da PF, por intermédio da assessoria de imprensa, na segunda-feira. Mas a instituição não se manifestou.

Para a Fenapef, direção da PF tenta mascarar baixo desempenho

Segundo a Fenapef, o governo e a direção da PF tentam mascarar o baixo desempenho com a deflagração precipitada de grandes operações. A manobra daria a falsa impressão de que a instituição está funcionando com toda sua capacidade operacional, e que as queixas contra a baixa produção seriam improcedentes. A precipitação das operações diminuiria o impacto político de algumas investigações.

— O governo diz que a PF está fazendo um trabalho de qualidade, com muitas operações. Mas não é verdade — lamentou Leal.

A Fenapef é formada por agentes, escrivães e papiloscopistas. O documento foi produzido em meio à guerra entre integrantes das três categorias, em campanha salarial, e a cúpula da PF. Os servidores querem reajustes na remuneração e ocupação de cargos que, hoje, são reservados a delegados e, em, menor número, a peritos. No mês passado, o governo chegou a repetir a oferta de reajuste escalonado de 15,8%. Mas a proposta foi rejeitada.

Os agentes dizem que o reajuste parcelado resultaria num aumento de pouco mais de R$ 200 por ano. Para eles, se aceitassem essa proposta, os policiais teriam poucas vantagens materiais. Leal diz que o clima na PF é péssimo, e que os agentes vão continuar fazendo protestos ao longo de 2014, ano da Copa do Mundo. A estratégia é promover paralisações pontuais e fazer manifestações em aeroportos.

Fonte: O Globo

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